sexta-feira, 30 de março de 2012

Boas Práticas nos Serviços de Saúde

Uma temática que sido destaque na área da saúde atualmente é : Assistência à saúde de forma segura, livre de riscos. E para que isso aconteça uma organização de saúde precisa ter boas práticas. Sendo assim, os serviços de saúde precisam estar preparados e organizados para funcionar adequadamente. Foi com este intuito que a ANVISA publicou no Diário Oficial da União a Resolução-RDC Nº 63, de 25 de novembro de 2011, que dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os serviços de saúde.
Essa resolução se aplica a todos os estabelecimentos de saúde no país e o seu objetivo é estabelecer requisitos de Boas Práticas para funcionamento desses serviços, fundamentados na qualificação, na humanização da atenção e na gestão, bem como na redução e controle de riscos aos usuários e meio ambiente. A resolução destaca alguns aspectos importantes para o desenvolvimento das Boas Práticas nos serviços de saúde, que estão demonstrada na figura a baixo:



Figura 1 – Boas Práticas de Funcionamento dos serviços de saúde
Fonte: BRASIL (2011)
Note que para alcançar as Boas Práticas de Funcionamento, os serviços de saúde devem articular todos os itens demonstrados na figura, uma vez que a ocorrência de falhas nos processos pode interferir na efetividade e qualidade do serviço. A seguir os pontos principais de cada um desses aspectos de que trata a Resolução:
Garantia da Qualidade: Os serviços também devem fornecer todos os recursos necessários para o funcionamento. As reclamações dos usuários devem ser analisadas, e, caso tenham procedência, as providências necessárias devem ser adotadas.
Segurança do Paciente: Os serviços de saúde devem adotar estratégias voltadas à segurança do paciente, tais como identificação do mesmo, orientações para a higienização das mãos, prevenção e controle de eventos adversos, segurança cirúrgica, dentre outros.
Condições Organizacionais: Os serviços devem possuir regimento interno que contemple a definição e descrição de todas as suas atividades técnicas, administrativas e assistenciais, bem como as responsabilidades e competências.
Prontuário do Paciente:O registro no prontuário é responsabilidade do profissional que presta atendimento, o armazenamento do prontuário é responsabilidade do serviço de saúde. Assim, o prontuário deve ser preenchido de forma legível e estar permanentemente disponível ao paciente ou aos seus representantes legais e à autoridade sanitária, quando necessário.
Gestão de Pessoal:O serviço deve possuir equipe multiprofissional dimensionada adequadamente, de acordo com seu perfil de demanda. Os profissionais devem ter formação e qualificação compatível com as funções desempenhadas.
É obrigação do serviço de saúde promover a capacitação dos profissionais, antes do início das atividades, e, também de forma permanente, de acordo com a evolução do conhecimento e identificação de novos riscos.
Gestão de infra-estrutura: O projeto de arquitetura deve estar atualizado e de acordo com as atividades desenvolvidas. As instalações físicas dos ambientes externos e internos devem estar em condições de conservação, segurança, organização, conforto e limpeza.
Proteção à Saúde do Trabalhador: Quando houver mais de vinte funcionários é obrigatória a instituição de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. Os profissionais devem passar por avaliação periódica de saúde ocupacional. 
Gestão de Tecnologias e Processos: Com relação aos processos, o serviço de saúde deve dispor de normas, procedimentos e rotinas técnicas escritas e atualizadas, contemplando todos os seus processos de trabalho, em local de fácil acesso a toda a equipe. 
Quanto à gestão de tecnologias, o serviço de saúde deve realizar o gerenciamento dessas de forma a atender as necessidades do serviço.
Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas: O objetivo deve ser impedir a atração, abrigo, acesso e proliferação de vetores e pragas urbanas. Quando for necessário controle químico, este deve ser realizado por empresa habilitada e com licença sanitária e ambiental.Também não é permitido comer ou armazenar alimentos em locais destinados à execução de procedimentos de saúde.

Concluimos então, caros colegas, que é importante compreendermos nosso papel, pois como profissionais de enfermagem, podemos incluir as Boas Práticas em nossas atividades, melhorando a qualidade da assistência à saúde.  


(Hoje participei de um processo seletivo no Hospital GREENHILL;  hospital sediado no Ipiranga desde 1988, tornou-se um Hospital que oferece os melhores recursos para realização de cirurgias de pequeno e médio porte, além de equipe médica multidisciplinar para pronto atendimento e atendimento ambulatorial, unidade de internação e centro de diagnóstico por imagem. Deixo aqui, um parabéns, pela organização do processo, pela recepção agrádavel, pela atenção do Dr. Francisco; coisas que vem sendo dispensadas em algumas organizações de saúde, isso também são BOAS PRÁTICAS).
 
Até o próximo tema. Um abraço e bom final de semana.



Leituras Utilizadas:

COFEN/ ATUALIZAÇÕES/ BOAS PRÁTICAS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE: www.jornadaead.com.br/cofen/atualizacoes/atualizacao_7_Boas_Praticas_nos_servicos_de_saude.html

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução-RDC nº 63, de 25 de novembro de 2011. Disponível em: <http://www.saude.mt.gov.br/portal/controle-infeccoes/documento/doc/rdc_63_nov_2011_boas_prat_serv_saude.pdf> Acesso em 09 dez. 2011

sexta-feira, 16 de março de 2012

Acreditação hospitalar: certificação dos serviços de saúde.

Bom dia Enfermeiros de plantão!Olha aí mais um tema que merece ser melhor compreendido: 
Acreditação hospitalar, certificação dos serviços de saúde.

A  Acreditação é um sistema de avaliação e certificação da qualidade de serviços de saúde. É voluntário, periódico e reservado. Suas principais vantagens são:

•    Segurança para os pacientes e profissionais;
•    Qualidade da assistência;
•    Construção de equipe e melhoria contínua;
•    Útil instrumento de gerenciamento;
•    Critérios e objetivos concretos adaptados à realidade brasileira;
•    O caminho para a melhoria contínua.
(ONA, 2011)

As instituições acreditadoras são empresas de direito privado, credenciadas pala ONA, que têm a responsabilidade de proceder à avaliação e à certificação da qualidade dos serviços de saúde em âmbito nacional. (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005)  A ONA, por sua vez, foi criada em maio de 1999, é reconhecida formalmente como entidade competente para o desenvolvimento do processo de acreditação hospitalar. Tornou-se parceira do Ministério da Saúde em todas as fases deste processo, desde a habilitação das instituições acreditadoras até a certificação dos hospitais. (BRASIL, 2002)
Para acontecer o processo de acreditação, a Organização Prestadora de Serviços de Saúde deve manifestar interesse, deve contratar umas das Instituições Acreditadoras credenciadas pela ONA. A Instituição Acreditadora verifica os documentos da Organização Prestadora de Serviços de Saúde e marca a visita de avaliação.

Os padrões do Instrumento de avaliação são definidos em três níveis de complexidade crescente, o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar os define da seguinte maneira:

Nível 1: Tem como princípio a segurança, ou seja, estrutura básica capaz de garantir a assistência para execução coerente de suas tarefas.

Nível 2: Tem como princípio a segurança e a organização, ou seja, existência de normas e rotinas, procedimentos documentados.

Nível 3: Tem como princípio a segurança, a organização e práticas de gestão e qualidade, ou seja, utilização de sistema de informação institucional consistente, baseado em taxas e indicadores, que permitam análises comparativas com referenciais adequados e a obtenção de informação estatística e sustentação de resultados, para que possam identificar evidências de melhorias em todas as área da organização.

Terminada a avaliação, a equipe de avaliadores emitirá o Relatório de Avaliação com os resultados da visita, que será apresentado à Organização Prestadora de Serviços de Saúde. De acordo com o resultado da avaliação, a Organização Prestadora de Serviços de Saúde recebe um certificado de um dos níveis: “Acreditado”, “Acreditado Pleno” ou “Acreditado com Excelência”. (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005).

Atualmente, 285 organizações possuem certificação válida, entre hospitais, clínicas, hemocentros e laboratórios. A maioria dos estabelecimentos acreditados está concentrados nas regiões Sul e Sudeste, com destaque para o Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e, ultimamente, a procura vem aumentando também nos estados do Nordeste. São pouco mais de 150 hospitais com certificação válida, mas o último ano registrou crescimento vigoroso no segmento, com um volume aproximado de 400 novos estabelecimentos em fase de certificação. (ONA, 2011)




Espero que tenham gostado. Conhecimento nunca é demais.


Tenham um um bom fim de semana.


Leituras Utilizadas:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar. – 3. ed. rev. e atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em < http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/02_0060_M.pdf> Acesso em 01 ago. 2011.

FELDMAN, L.B.; CUNHA, I.C.K.O. Identificação dos critérios de avaliação de resultados do serviço de enfermagem nos programas de acreditação hospitalar. Rev Latino-am Enfermagem 2006 julho-agosto; 14(4):540-5. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/rlae/v14n4/v14n4a11.pdf> Acesso em 01 ago. 2011.

Para mais informações acesse o site: www.ona.org.br

sábado, 3 de março de 2012

As perspectivas do egresso de enfermagem frente ao mercado de trabalho.

Utilizando a sugestão da nossa colega Débora Peres, hoje trataremos de um tema quente: As perspectivas do egresso de enfermagem frente ao mercado de trabalho.

Recém-formados em Enfermagem de todo país tem deparado-se com um cenário de insegurança, no que diz respeito, a empregabilidade. É visível que a necessidade do mercado, vai além da graduação em uma instituição de ensino de qualidade, temos visto a procura por profissionais críticos, criativos, atualizados e que tenha um bom relacionamento interpessoal. E acredite, tem muito recém-formado, dotados de todas estas competências. Porém, sem a tão sonhada oportunidade, já que as próprias instituições de saúde tem causado um desencontro. Tratando-se que estas instituições têm exigido a experiência comprovada para atuação num determinado setor. E acredite, 4 anos de estudo, com muitas horas de estágios (muita prática), cursos de atualização, produções científicas, um bom currículo, não tem sido necessário, se quer para garantir participação na maioria dos processos seletivos. Deixo aqui um questionamento: O problema está na falta de prática, ou mesmo, qualificação dos recém-formados ou no pessoal responsável pela seleção (recursos humanos) das organizações de saúde e empresas de recrutamento?
É chegada a hora em que percebemos que a faculdade forma um profissional generalista, no qual, considero importante o fazer. Porém, é visto que o mercado não está em busca do profissional generalista. Então logo, antes de ter qualquer retorno, é preciso estudar mais! E estudamos. Porém, ainda continuamos querendo praticar, trabalhar.
Alguns passam nos poucos processos Trainee? ÓTIMO!
(aproveitando destacarei a falta de organização em alguns desses processos, onde não conferem documentos dos candidatos,  divulgam apenas os nomes dos aprovados, sem disponibilizar gabarito. Tudo isso, com certeza, deixaria todos os candidatos mais seguros do seu desempenho; invés de deixar apenas uma grande ?).
Alguns já estão inseridos na área, e passam a ocupar novas funções; outros contínuos técnicos sem perspectivas.
Outros, ainda, mesmo sem qualificações, tem QI.
E por fim, os últimos vão a busca de voluntariado. (Posso estar sendo ignorante), o voluntariado pode ser ótimo para a prática; acho lindo participar de um projeto social; mas isso meu povo, tem sido um abuso do nosso profissionalismo. Cadê a nossa valorização profissional minha gente? O problema também está em não sabermos nem fazer propaganda da profissão. Quando enfermeiros falam da enfermagem, fantasiam como algo divino, ou já relacionam com a arte, a tão falada “Arte do cuidar”. Ô minha gente, arte? E a ciência onde fica? 

Vejo muitos egressos ansiosos, atirando para todos os lados, pagando bem, pagando mal, pagando nada; acho justo estar disponível incialmente e aberto para as oportunidades. No entando, acho mais justo ainda, avaliar o que tem sido oferecido e ver realmente o que pode vir a te fazer crescer profissionalmente; experiência só para constar, vai continuar a te deixar despreparado para assumir desafios maiores. Vamos acalmar os ânimos, continuar a estudar, publicar trabalhos, fazer contatos, cuidar da nossa imagem profissional. Já dizia Albert Einstein: No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade.

Espero que leiam, comentem e compatilhem idéias.

Um abraço.